terça-feira, 28 de julho de 2009

Conceder Divino - Capítulo 5

Dia 28... quase saiu do prazo de uma parte por mês!
Essas férias foram ótimas para mim! Me diverti pra caramba, descansei mais ainda e o melhor de tudo, eu assisti Harry Potter Legendado.
Pode parecer idiota para quem não é da minha cidade, mas a questão é que o cinema daqui é um lixo, e só traz filmes dublados para cá. E eu me recuso a assistir sem ser com o audio original. Primeiro, a dublagem é uma porcaria. Segundo, as vozes não combinam nem um pouco com os atores, o que acaba estragando ainda mais. A qualidade dos filmes caem mais da metade quando dublados, logo, eu não assisto. E consegui baixar o filme com uma qualidade inacreditavelmente boa. Valeu a pena, pois o filme é muito foda. ( e todo mundo que viu dublado falou que era uma merda, agora tirem suas conclusões.)
Não vou falar muito sobre meus projetos neste post pois ainda estou no clima das férias, então, boa leitura e até mais!

Capítulo 5 – A Mansão de Loonmos


Lyem e seus companheiros já estavam andando no transporte de gelo há quase uma semana, e já haviam passado pelos reinos de Lomatubar e Fortuna, chegando assim em Petrinya, quando decidiram seguir caminho a pé, para que Radagast não dormisse durante o tempo que ficariam junto com o alquimista.

Malpetrim estava a um dia de viagem, quando o meio-elfo swashbuckler conseguiu avistar por entre a vegetação alta, devido sua privilegiada visão que fora um presente de seu verdadeiro pai, o telhado muito antigo da mansão mencionada por Dimictus.

Saíram da estrada, se embrenhando no meio do mato. Ao se aproximarem perceberam que as paredes estavam tomadas por uma espécie de trepadeira, deixando a casa num tom verde e marrom. As portas e janelas estavam caindo aos pedaços, algumas ainda presas por pequenas dobradiças, mas a impressão que se tinha era de que ao menor movimento, mesmo de uma pequena brisa, poderiam vir a despencar no chão sujo de terra.

Achir bateu palmas, tentando descobrir se havia alguém morando ainda naquela casa fantasiada de planta. Nenhum som respondeu. Tentou de novo, se aproximando um pouco mais, mas neste momento, Lyem acabara de chutar a porta para dentro e entrando logo em seguida. Os outros, incluindo o bardo, o acompanharam.

-Olá, tem alguém em casa?! Loonmos! Cadê você?

-Acho que não tem ninguém chefinho.

A mansão por dentro parecia mais selvagem do que a própria floresta que circundava Malpetrim. A trepadeira que ocupava a fachada também se encontrava por ali, porém muito mais abundante. O salão principal era enorme, mas pouco espaçoso, devido aos móveis e raízes que preenchiam o espaço. Era possível ver três aberturas nas paredes, duas à direta e a outra à esquerda, onde já existiram portas, mas que agora só havia o portal entre um aposento e outro. Duas escadas, uma de cada lado da parede, levavam para o segundo piso, que parecia não estar muito melhor que o primeiro.

O lugar cheirava a campo recém molhado, como se a chuva tivesse acabado de passar por ali. O teto tinha a mesma cor verde-marrom do resto da mansão, e o grande lustre que deveria adorná-lo estava caído no chão, o que espalhou milhares de cacos de vidro, agora encobertos pela vegetação.

Todos procuraram por algum tempo ali no primeiro andar, sempre chamando pelo proprietário, mas nenhum grito de resposta era dado. Os outros cômodos deste andar nada tinham de especial, mas eram com certeza muito estranhos. Em um dos quartos, Katrina e sua irmã encontraram alguns bichos da floresta, todos empalhados e empoeirados, como se estivessem sido petrificados pela sujeira. Ao lado, Radagast e Achir viram um pequeno corredor que levava para os aposentos dos empregados, todos vazios, habitados apenas pela mesma trepadeira que embrulhava toda a construção, e pelos antigos pertences da vassalagem, camas, roupas, botas, etc. O líder por sua vez, vasculhou uma pequena despensa, que atualmente servia de lar para alguns ratos, bem crescidos por sinal, que se assustaram quando o swashbuckler derrubou o que restara da janela para fora, iluminando o lugar com a luz do entardecer.

Após alguns minutos, se encontraram ao pé da escada, desanimados. Parecia que nenhum ser civilizado andara por ali à anos. Acompanhado por seus parceiros, Lyem subiu para o próximo andar. A cena se repetia, sujeira, trepadeira, móveis abandonados, portas desintegrando-se e nenhuma alma viva por perto. Não se separaram mais, procurando por Loonmos nos últimos lugares possíveis do recinto. Neste piso havia mais quatro entradas, onde apenas uma ainda apresentava uma porta, mas esta foi esquecida, uma vez que encontraram, num quarto da outra extremidade do corredor, alguns tubos de ensaio, livros e um armário, todos intactos, e isso chamava muito a atenção em um lugar virado do avesso como aquele.

Katrina, que não largara mais o livro negro desde que este fora recuperado pelo bardo, foi a primeira a entrar, indo direto para a pequena biblioteca na estante encostada na parede. Os outros entraram logo em seguida, menos Achir, que fora dar uma bisbilhotada nos outros aposentos. Esta sala deixara os aventureiros muito confusos, pois ali não se encontrava nenhum sinal da planta que engolira o resto da casa, e estava limpa. Radasgat abriu o armário, encontrando assim um vasto depósito de ingredientes estranhos, todos dentro de potes idênticos de vidro, etiquetados por ordem alfabética.

- Olha o que tem aqui gente. - Disse apontando para o interior do móvel.

- Nossa, quanta coisa. E pior ainda, quanta organização. - Brincou Lyem, colocando a mão no ombro do feiticeiro e esticando o pescoço para poder ver melhor. - Mas do que isso vai nos ajudar? O folgado do Loonmos abandonou este lugar. Não duvido nada que as empregadas tinham se matado de tanto trabalhar, e ele, para não ter que limpar a casa, foi embora.

- Mas ainda podemos fazer uma coisa. - Disse Katrina, falando pela primeira vez, ela lia um dos livros do alquimista, com uma capa vermelha e folhas amareladas. Agora estava olhando sorrindo para os companheiros, e seus olhos brilharam com a chama da esperança. - Encontrei neste livro a fórmula para criarmos a poção de que precisamos. A poção amplificadora de energia arcana!

Uma expressão de surpresa invadira a face de todos que ouviram a clériga, e Lyem prontamente foi dar-lhe um abraço. Katarina acariciou os cabelos da irmã, enquanto Radagast fazia reverencias, a tímida aventureira se encabulou, mas no estante seguinte começara a separar os ingredientes necessários. Mas um ingrediente muito importante não foi encontrado na reserva do antigo proprietário.

- Ah, mais que droga! Aqui não tem nenhum pedaço de “Liana Galrasiana”.

- Mas o que diabos é isso querida?

- Não sei Lyem. Eu já li sobre lianas em algum lugar, mas não me recordo mais o que seja, precisarei refletir um pouco, quem sabe assim me lembro de alguma coisa.

- Você não sabe o que é Katarina?

- Também não me lembro. Mas vou procurar nestes outros livros aqui, em algum lugar deve haver alguma coisa.

- Entendi. - Radagast olhava em volta, para as paredes limpas e mesas organizadas.

- O que? - Perguntou Lyem, que estava sentado em um banco de madeira, ao lado de Katrina, olhando-a separar os ingredientes necessários para a poção. - Entendeu o que?

- O porquê que este aposento esta intacto. Ninguém entra aqui há anos, e mesmo assim, não há sequer poeira sobre as mesas.

- Oh! Pelos deuses! Quanta inteligência! - Zombou o meio-elfo.

- Mas eu entendi o porquê. - Resmungou o feiticeiro, olhando severo para o líder. - Esta sala esta sendo protegida por magia, uma magia que supostamente não deixa nada entrar aqui. Mas nós entramos, e isso eu ainda não entendi.

- Ah! Desculpe então. Mas não vamos nos preocupar com isso. Já estamos aqui, e precisamos encontrar o último ingrediente, venha me ajudar a procurar aqui no armário. - Respondeu Lyem, continuando sentado e observando a clériga.

- Então levanta e vem procurar! – resmungou o feiticeiro, puxando o swashbuckler pelas orelhas alongadas. As irmãs sufocaram um risinho no canto da boca.

Achir continuou andando até a porta que estava selada. Olhou para trás e percebeu que seus amigos tinham entrado em uma porta, mas não deu atenção. A única que ainda estava inteira deveria guardar alguma coisa muito importante. Ou perigosa, mas isso não passou na cabeça do bardo. Pobre coitado.

Havia alguns ramos da estranha trepadeira saindo pelo vão de baixo dela, tornando quase impossível abri-la. Então Snycer pegou sua pequena adaga e começou a retirá-los dali. Em pouco tempo foi capaz de desobstruir o vão e as dobradiças, e então, entrou.

Neste momento, algumas nuvens esconderam o Sol, e a pouca luz que entrava pela janela do aposento não era o suficiente para iluminá-lo. O bardo deu alguns passos cegos, tateando o ar, rumo ao centro do quarto. Este era mais úmido que o resto da casa, e o chão parecia a estrada pela qual chegaram ali, cheio de pequenos relevos, galhos quebradiços e solo fofo.

“Por que eu não trouxe uma tocha comigo?” pensou consigo mesmo, parando de caminhar e tentando enxergar alguma coisa no breu sufocante. E então, as nuvens revelaram finalmente o astro de Azgher, revelando o conteúdo do aposento.

Achir Snycer se viu perdido dentro da mais virgem floresta. Flores e plantas gigantes preenchiam todo o lugar. Coloridas, estranhas, famintas! Quando estava pensando em se virar para sair dali, sentiu um puxão no pé esquerdo, impedindo-o de sair do lugar. Os ramos da trepadeira estavam se prendendo ao seu corpo, e agora vinham mais, desprendendo-se do teto, para prender os braços e dorso do pobre aventureiro. Sentia o corpo contrair-se brutalmente, e o ar abandonou seus pulmões, perdeu o equilíbrio e caiu no chão macio de relva.

- SOC.... - a planta invadira sua boca, o impedindo de gritar por ajuda, e sufocando-o ainda mais. Achir tentava, inutilmente, se livrar dos ramos constritores, machucando-se cada vez mais, cortando os braços e pescoço. O desespero apertando seu peito, sufocando-o mais que a planta.


2 comentários:

Deivide Elven disse...

"as nuvens revelaram finalmente o astro de Azgher, revelando o conteúdo do aposento."

"Os ramos da trepadeira estavam se prendendo ao seu corpo, e agora vinham mais, desprendendo-se do teto, para prender os braços e dorso do pobre aventureiro."

"e sufocando-o ainda mais. Achir tentava, inutilmente, se livrar dos ramos constritores, machucando-se cada vez mais, cortando os braços e pescoço. O desespero apertando seu peito, sufocando-o mais que a planta."

revelar, prender e sufocar, não precisa repetir muito as palavras numa mesma cena, procura outra que ajuda a dar melhor idéia na imaginação

Mi disse...

Bom, não fiquei reparando muito bem se repetiu muito as palavras, porque a gente vai se prendendo na história e esquece do resto né. Mas isso é diferente de leitor pra leitor. Continuação muito boa e a curiosidade vai aumentando. Espero o próximo post, e para de me provocar falando do filme legendado!!!