segunda-feira, 24 de março de 2008

Roubo Impossível

Bom, infelizmente não estou com tanto tempo quanto gostaria para poder escrever meus contos.
Minha faculdade ta meio puxada agora no terceiro ano. Mas vou postar aqui a primeira parte de um conto que comecei a escrever semana passada. Estou pensando em fazer várias histórias usando os personagens que criei para esta narração. Tipo Sherlock Holmes, hehehe.
Espero que gostem desta primeira parte. Semana que vem, ou antes, eu posto o resto.


Roubo Impossível

A apresentação mal começara e os aplausos já inundavam o teatro.

Tony Trickman usara uma de suas melhores mágicas para abrir o espetáculo. Pegara um pequeno pano de prato, todo branco, dobrando-o várias vezes até caber em sua mão fechada. Depois disso bastou dizer algumas palavras mágicas e jogar o pedaço de pano para cima. Todos na platéia gritaram de admiração quando perceberam que o pedaço de tecido na verdade havia se transformado em uma pomba, que bateu as asas calmamente, voando para a mão do mágico.

Ainda em meio às palmas, Tony guardou o pombo em sua maleta, onde ficavam todos seus objetos mágicos. Aproveitou então para pegar um baralho. Mágicas de cartas não são muito boas para se fazer para um público muito grande, pois são pequenas e difíceis de serem vistas à distância. Mas aquela apresentação estava sendo filmada e transmitida no telão do teatro, logo, todos conseguiriam acompanhar os truques do rapaz.

-Como vocês podem ver, eu tenho aqui comigo um baralho normal, de cinqüenta e duas cartas. – Tony abriu um leque perfeito, mostrando os números e os naipes para a câmera. – Eu vou precisar de um voluntário da platéia para vir aqui em cima me ajudar.

Várias pessoas levantaram as mãos, ou gritavam, pedindo para serem escolhidas. A maioria delas eram crianças, mas Tony também usava a mágica como um artifício para se aproximar das mulheres. Por isso o jovem mágico chamou a garota mais linda que ele conseguiu enxergar nas primeiras filas. Cintura fina, delineada por um vestido longo, peça única, preto com detalhes em amarelo, parecendo uma placa de segurança, “Cuidado! Curvas perigosas!”. Cabelo castanho escuro, tão liso que parecia ter saído direto das propagandas de shampoo. Seios não tão grandes, mas o sutiã os apertava um contra o outro, dando a impressão de serem mais firmes e fartos do que realmente são, e isso sempre chama atenção. Quem iria chamar um guri catarrento para subir no palco quando se tem uma beldade dessa disponível.

Tony não é um rapaz feio. Tem quase um metro e noventa de altura, não é gordo nem muito magro. Cabelos bem curtos, espetados para cima e brilhantes, graças ao gel. Vestia calças e um terno preto por cima de uma camisa cor vinho.

-Qual o seu nome, minha querida? – perguntou o mágico, olhando embasbacado para os olhos verdes da garota.

-Carla. Carla Anderly.

-É um prazer tê-la aqui comigo, obrigado por aceitar subir no palco. Agora, por favor, escolha uma carta. Qualquer carta que você quiser. Não precisa me mostrar. – Tony fechou bem os olhos enquanto a moça pegou uma carta no meio do leque. Dama de copas. – Decore sua carta. Depois pode colocá-la de volta junto com as outras.

Carla obedeceu. Depositou a carta em um lugar diferente de onde ela a tinha pegado, tentando confundir o rapaz. Mas isso era impossível. Assim que a carta escolhida já estava de novo em suas mãos, Tony começou a embaralhá-las.

-Concorda comigo que você poderia ter escolhido qualquer carta, e que este baralho é normal? – era o mágico, ainda embaralhando, mas olhando nos olhos da garota.

-Sim. – Carla estava meio apreensiva. E muito excitada, com a mágica, claro.

-Mas você me devolveu a carta um pouco mais pesada. – Tony fingia estar meio desconfiado. – Você colocou alguma coisa na minha carta?

-Não, não coloquei nada. – a moça agora estava também um pouco assustada.

-Vamos dar uma olhadinha aqui. – Tony começou a passar carta por carta, de uma mão para outra. Todas com a face virada para baixo, assim ninguém poderia ver os números ou as figuras. De repente, uma das cartas tinha um desenho estampado no seu dorso. Era uma embalagem de bom-bom. – O que é isso aqui? Um chocolate? Você quem colocou ele ai? – o mágico ainda fingia estar confuso.

-Não fui eu não. Minha carta não tinha nada estampada atrás dela. – afirmou a garota, mais calma. Ela estava achando que tinha acontecido algo mais grave, mas a imagem do chocolate a fez perceber que aquilo era uma brincadeira.

-Vamos ver se esta é sua carta então? – quando a garota confirmou com a cabeça, Tony virou a face da carta para cima. Dama de copas.

-Meu Deus do céu. É essa daí mesmo. – Carla abriu um largo sorriso, maravilhada. O mágico também sorria, olhando encantado para moça. “Como é linda” pensou o rapaz, mas abandonou o devaneio por enquanto, se concentrando na mágica de novo.

-Já que este chocolate não é seu, o aceite como um presentinho meu então. – Tony achou graça da confusão na expressão da garota. Parecia que um “desenho” não era um presente tão legal assim. – Estenda suas mãos aqui, fazendo favor. Isso assim, como se estivesse bebendo água de um rio.

Quando a garota pôs as palmas da mão, em forma de concha, em baixo da carta que Tony estava segurando, aquela que ela havia escolhido, com o desenho do bom-bom virado para baixo, o mágico deu uma leve entortadinha na dama de copas, e um chocolate de verdade caiu em suas mãos. Tony virou a carta para cima, e o desenho tinha desaparecido.

Choveram aplausos novamente. Os olhos verdes de Carla estavam até brilhando de admiração. Tony agradeceu a participação da moça, deu-lhe um beijo e disse que ela podia voltar para sua poltrona. E o show seguiu o curso normal depois disso. Vários outros truques maiores foram feitos, não somente com baralho. Uma hora e meia se passou, tão rápido quanto um relâmpago. É impressionante como o tempo gosta de se apressar quando estamos nos divertindo. E então, o show acabou.

Tony Trickman já tinha recolhido suas coisas, guardando-as em sua mala, quando pediu para um dos funcionários do teatro que a levasse até seu camarim. Ele ia convidar Carla para comer alguma coisa com ele agora. Estava descendo do palco quando percebeu a presença de um convidado importante, que ele não tinha notado durante o show. E este espectador especial estava vindo em sua direção.

-Olá, senhor Barbosa. Adorei sua apresentação.

-Por favor, senhor policial, não me chame pelo sobrenome quando eu estou me apresentando. – respondeu Tony, sussurrando. Seu verdadeiro nome era Antônio Barbosa, um péssimo nome artístico por sinal.

-Mas eu pensei que o show já tivesse acabado. – respondeu, cínico, o policial.

-Sim, sim. Já acabou. Mas o público pode ouvir. Mas que seja. Acredito que você não veio aqui apenas para apreciar um pouco de arte, certo?

-Exatamente. Adoro vocês mágicos. Sempre sabem de tudo. – sarcástico.

-Muito engraçado. Mas se você veio aqui me acusar de roubo a banco novamente, pode voltar para sua casa! Eu já disse que sou inocente. Eu...

-Acalme-se garoto. Pode ficar calmo. Será que podemos conversar em algum lugar mais privado? O público ainda está por aqui, e não seria conveniente que eles ouvissem.

Tony concordou, contrariado. “Maldito. Estragou uma noite perfeita.” Pensou o mágico, enquanto ia para seu camarim, com o policial em seus calcanhares.

O oficial se chamava Artur Harderlaw. Ele é o encarregado das investigações de um assalto ao banco. Mas o roubo não fora feito da maneira convencional. O ladrão entrou no banco atravessando o cofre, literalmente. Ele não usara programas para destravar o cofre, nem bombas para forçar uma passagem. Simplesmente atravessou a porta, como um fantasma. As câmeras de segurança capturaram algumas imagens, mas nada muito claro, pois o bandido usava uma grande cartola negra, e um terno, da mesma cor. Foi graças a este vestuário que a polícia começou a investigar todos os mágicos da região. Tony foi um deles, mas foi provada sua inocência, graças a um álibi de uma mulher que havia saído com o rapaz na noite do assalto.

Finalmente chegaram ao camarim. A maleta de Tony já estava lá.

-O que foi dessa vez, Artur? – o mágico estava impaciente, ainda tinha esperanças de encontrar Carla na frente do teatro.

-Aconteceu de novo Antônio...

-Tony! –interrompeu.

-Aconteceu de novo, Tony. Nosso magiquinho desconhecido roubou outra agência ontem à noite. Calma! Não estou te acusando. Muito pelo contrário. Vim pedir sua ajuda.

A incredulidade nas feições do mágico fez o policial dar um sorriso. Apesar de algumas desavenças no passado, Artur achava Tony um ótimo rapaz, muito simpático, educado, inteligente, ou seja, o par perfeito para sua filha, se não fosse pelo simples fato dele ser um safado para com as mulheres. Harderlaw não sabia o porquê de ele estar pensando nessas coisas, mas esse pensamento desapareceu da mente do oficial tão depressa quanto surgiu.

-Nós precisamos saber como aquele ladrão faz aquilo, para vermos o que podemos fazer para impedir que os outros bancos sejam violados.

-Saber como ele faz o que?

-Atravessa o cofre.

-Desculpe. Não posso revelar os segredos das mágicas. É contra os princípios dos mágicos. – Tony falava sério.

-Ótimo. Ótimo. Você é igual a todos os outros. Se eu não soubesse o quanto essa história de “nunca revele seus segredos” é importante, eu chegaria a pensar que vocês todos fazem parte da mesma quadrilha.

-“Você é igual a todos os outros”? Eu não sou a primeira pessoa que você pede ajuda?

-Não. – Artur pareceu meio envergonhado. Será que deveria ter vindo falar com Tony primeiro? Ele, de todos os outros, é com certeza o melhor. A consciência do policial quase pesou.

-Tudo bem. Isso não é importante. – Tony realmente parecia não ter ligado pelo fato de não ter sido a primeira opção. – Mas o que eu te disse é verdade, não posso, e não vou, revelar o segredo.

-Entendo. Mas então nos ajude com as investigações. Vocês mágicos se conhecem melhor do que ninguém. Qualquer pista que puder nos fornecer de quem seja o ladrão, será bem vinda.

-Bom, se for só isso, eu posso ajudar. Mas eu precisaria ter acesso às filmagens feitas pelo sistema de segurança dos bancos. – o mágico sorria amistosamente, meio que se desculpando por ter sido grosseiro com o policial quando o vira.

-Se puder me acompanhar até a delegacia. Já está tudo pronto lá, apenas nos esperando.

-Só espere então eu tirar este terno, que está me fazendo suar igual um porco velho no deserto.

Quinze minutos depois Tony seguia de perto, em seu Astra, o carro do policial, um Pálio personalizado com as cores e o logotipo da policia. Estavam quase chegando à delegacia. Só precisaram andar mais duas quadras, virar à esquerda e pronto. Estavam no estacionamento da instituição.

Quase não havia ninguém lá dentro. Apenas uma secretária solitária, sentada preguiçosamente ao lado do telefone, seu companheiro noturno. Quando passaram pela mulher abandonada, nem o policial nem o mágico disseram nada, apenas acenaram um tímido cumprimento com a cabeça. Em seguida estavam nos corredores internos do prédio.

Tony e Artur trocaram algumas palavras enquanto caminhavam. Assuntos sem muita importância. Então chegaram à Sala de Vídeo. O policial abriu a porta e a segurou, liberando espaço para Tony passar.

-Pode se sentar ali mesmo. – era Artur, indicando uma cadeira almofada que estava na frente da Tv.

CONTINUA...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Como é difícil pensar num título

Você capricha no texto, escreve aquela obra prima (bom, nem sempre), aquele conto maravilhoso, ou seja lá o que você gosta de escrever, quando olha para o começo da folha e percebe que faltou o título!
MALDITO TÍTULO!
Eita negocinho complicado esse ai! E olha que eu já tive aulas de "como escrever títulos" aqui no meu curso de jornalismo. Tudo bem que a aula servia para escrever manchetes, mas a idéia é a mesma. Reunir o conteúdo e resumi-lo em duas ou três palavras.
Meu Deus como isso é difícil. E eu estou mais uma vez nesta peleja.
Quase acabando o primeiro conto que vou publicar aqui, e ainda não sei o título.
Existem duas formas de se bolar um título.
  1. Já saber qual vai ser, antes mesmo de começar a escrever. Não é muito recomendado, porque depois que se começa a escrever, suas idéias (as minhas pelo menos) mudam bastante, procurando deixar o texto cada vez melhor. Logo, seu primeiro título pode ficar deslocado em relação ao conteúdo.
  2. Terminarde escrever o conto, lê-lo milhões de vezes, e a partir daí, elaborar o título. É a melhor maneira que existe. O que não significa que seja fácil. Porque muitas vezes não é! Pode acreditar.
Bom é isso. Até sexta-feira que vem o primeiro conto já vai estar pintando por aqui. Espero que gostem.
Abraços

Criando vergonha na cara

Olá a todos que chegarem a ler esta mensagem.
Este blog foi criado com intuito de me ajudar a crescer na profissão que eu escolhi para mim. Escritor.
Há um ano e dois mêses eu comecei a escrever um romance, que infelizmente não alcança um nível aceitável para ser publicado.
Falando assim parece que eu escolhi a profissão errada. Mas os elogios que eu venho recebendo, junto com as críticas, me motivam a apostar neste ramo mesmo.
E é por isso que eu estou aqui. Aqui vou postar meus contos, almejando o aprimoramento da minha escrita, para no futuro ver meus livros publicados nas estantes das livrarias do Brasil inteiro.
Agradeço, desde já, todos aqueles que derem uma passada por aqui, mandando suas críticas, elogios e sugestões, ou só dando uma lida mesmo.

Abraços.
Daniel Lunas Leite.